35, Deus também faz anos!

03 de Novembro de 1979, nascia um génio em Rio Cuarto.

No país do tango, não foi na dança que reinou, mas joga futebol numa mistura de Tango Argentino com Romantismo italiano. Por cá, passou cinco anos da sua carreira, tocando na bola ao compasso da Luz a cantar ‘’Pablo, Pablito Aimar’’, gritando e vibrando com a sua magia.

Infância:


Pablo César Aimar, idolatrado por Messi, era um típico menino de um bairro humilde que, como todos os outros, tinha o sonho de vingar num Mundo onde só os afortunados vingam: o Futebol! A bola, mais que um hobbie, era uma paixão que lhe consumia os finais de tarde, nas ruas do seu bairro. Onde quem mandava era o dono da bola, onde as balizas eram duas pedras e a única regra era parar o jogo sempre que passava um carro.

Aos 13 anos, os jogos na esquina do bairro ganharam outra dimensão. Aimar ingressou nas camadas jovens do colosso Argentino, River Plate. O sonho do menino começava, então, a ganhar forma.


A criança que mostrava o seu talento num campo sem linhas, viajou para Buenos Aires em busca de um sonho. A viver numa pensão, longe da família e dos seus amigos mais próximos, Pablito viveu uma infância que cada vez mais é condição essencial dos jovens jogadores de futebol. 

16 anos, aparição nos profissionais

No primeiro treino pelos seniores, ainda um menino no Mundo do Futebol, Aimar conseguiu envergonhar o experiente Ricardo Altaminaro.

A baixa estatura aliada ao fraco poderio físico despertaram, no defesa Altaminaro, curiosidade sobre quem era afinal esta ‘’criança’’ que corria entre estrelas. Na primeira vez que Aimar tocou na bola, Altaminaro partiu em velocidade na sua direcção, pronto para o deitar ao chão e mostrar o peso dos ‘grandes’ ao pequeno Aimar.

Surpreso ficou quando Aimar, com uma finta incrível e uma velocidade estonteante, o deixou no chão, seguindo com a sua classe, de cabeça erguida, em direcção à baliza. A gargalhada foi geral e Altaminaro, de orgulho ferido, passou todo o treino atrás do miúdo de 16 anos que com maior ou menor dificuldade ia ultrapassando o empenho do experiente defesa, o que arrancou aplausos da plateia onde estavam alguns aficionados do River.

O menino que aos 13 anos saiu de casa lavado em lágrimas via agora os aficionados do River afirmarem que Fracescolli já tinha sucessor no Monumental. 

Estreia Oficial: No Torneio de Abertura de 96, frente ao Colón de Santa Fé, Aimar fez a sua estreia na equipa principal do River Plate, com apenas 16 anos.

Campeão do Mundo Sub 17

Numa seleção onde constavam nomes como Cambiasso, Riquelme ou Walter Samuel, Aimar foi figura numa fase de grupos que a Argentina passou com relativa facilidade. Nos oitavos de final, diante da Inglaterra de Michael Owen, Aimar brilhou ao apontar o golo da vitória por 2-1 que garantiu a passagem aos ¼ de final.


Nos QF, Pablo leva a Argentina a vencer o rival Brasil por 2-0, sendo considerado MVP do jogo. A partir daí já se sabe, vitória por 2-1 ao Uruguai. Final assegurada e Argentina Campeã.

Com 17 anos foi chamado, juntamente com Riquelme, para disputar um Torneio no Chile, onde venceu o prémio de jogador revelação, bem como a designação de ‘’próximo Maradona’’.

“El Payaso”. Foi também nesse torneio que ganhou a pior de todas as alcunhas. Um jornalista Argentino afirmou que ver jogar Aimar era uma diversão, colocando-lhe a alcunha de Palhaço. 

Valência:

O seu futebol era já demasiado vistoso para continuar na Argentina. No mês de Janeiro do ano de 2000, Pablo Aimar transfere-se para o Valência troco de 25Milhões de €.  A 14 e Fevereiro, D10S estreou-se no Mestalla diante do Man United a contar para a UCL. 90min bastaram para Aimar deliciar as bancadas com passes magistrais. 

Saragoça:

"Os números eram esclarecedores. 152 jogos oficiais pelo Valência em 5 anos, com 25 golos marcados. Uma das máximas glórias que passou por Valência, Aimar acabaria por interromper o seu trajecto no Mestalla. Um Saragoça de boa saúde financeira e de muitos projectos inovadores, acabou por contratar Pablo Aimar no Verão de 2006 por 15 milhões de €. Era uma das transferências mais caras de sempre do clube."

No entanto, a sua passagem pelo Saragoça foi decepcionante. Assombrado por um calvário de lesões, Aimar estava numa condição de suplente e deixou mesmo de ser convocado para a seleção Argentina.

Benfica:

Rui Costa procurava um sucessor à altura para vestir a pesada camisola 10, fazendo ver que Aimar reunia todas as condições para envergar esse estatuto.
Estreou-se oficialmente em Guimarães com um passe de letra a oferecer o golo a Suazo, uma semana depois assistiu Maxi Pereira de calcanhar… 

O resto já todos sabem. Não precisam de estatísticas, nem de palavras. Precisam de ir à vossa memória buscar de volta cada passe de Aimar, cada finta de génio que fazia levantar a Luz. 

‘’El Mago’’ não foi mais um que passou, Aimar é o Sport Lisboa Benfica. 
Aimar escreveu o seu nome no Hall Of Fame dos eternos, daqueles que mesmo já não vestindo a nossa camisola, a têm consigo no coração. 
Aimar está no River, mas um pouco dele é Benfica.
Aimar nunca trabalhou para o Sport Lisboa e Benfica, o nosso Pablito apaixonou-se por nós, tanto quanto nós, nos apaixonamos pela sua genialidade.
Aimar era o nosso poeta. Escrevia cada verso ao compasso dos nossos corações a bater, acabando cada estrofe com mais uma magia que nos deixava rendidos. 

PARABÉNS D10S PABLITO! Um de nós é eterno!




5 comentários:

Benfiquista Primário disse...

Grande homenagem, embora fatalmente abaixo do que Pablo Aimar - como aconteceria SEMPRE com QUALQUER homenagem que se faça a ele. Os deuses são assim: quando os mortais os tentam homenagear, fatalmente ficarão abaixo...
Eu o máximo que consigo fazer é continuar a levar a camisola 10 com o seu nome sempre que vou à Catedral. Tenho outras, mas levo sempre aquela...

Benfiquista Primário disse...

*do que Pablo Aimar merece

andré raposo disse...

Gostava de ter escrito isto !

Viva o Pablito !
Viva o Benfica !

Pulha Garcia disse...

Um dos nossos, sem dúvida. Uma classe que muito poucas vezes está ao alcance do futebol Português ou mesmo mundial. Era superior aos que jogavam à volta, sobretudo na distribuição de jogo e na antecipação inteligente de jogadas. Hoje em dia, com a supremacia do elemento físico, temo que muito dificilmente seja possível o jogo gerar novos Aimares. Abraço glorioso.

nunomaf disse...

Precisava de ler isto hoje. Precisava mesmo.