Obrigado, Bruno

Bruno César partiu, e consigo levou a sensação de dever cumprido, deixando todos os votos da maior felicidade para o clube, de forma genuína. Irá deixar algumas saudades, mas não muitas. De predilecto de Jesus a abandonado foi um instante, após uma meia-temporada responsável pelo seu declínio, onde nunca aproveitou as oportunidades de Jesus. Mas Bruno César não será esquecido.

Uma afável personagem, que chegou com rótulo de especial, cara de desenho animado da nicklodean, e muita bênção de Isaías no pé, caracterizou-se sempre pela boa disposição e pela entrega máxima ao jogo, mesmo quando tudo corria mal. É isso que o distingue de outros mal-amados da Luz. Não tem a passividade de Emerson, nem a pachorrice de Luís Filipe, muito menos a insegurança de um Roberto, mas teve o mesmo azar, fracas exibições e descrédito perante os adeptos. Se, no ano passado, o vimos celebrar com a mão em forma de papagaio após marcar mais um dos seus muitos golos, este ano nem sombra disso. Jesus, o do ano passado e de há dois anos, teria dado mais oportunidades a Bruno, mas Jesus já não é o mesmo, e o próprio Bruno explicou-nos isso, já nas Arábias, revelando que todo o planeamento desta época é diferente do ano anterior.

Bruno acabou por ser bastante útil ao Benfica, não só pelos golos que fez, mas porque permitiu um encaixe razoável, oferecendo-se em sacrifício por um bem maior, o da permanência de Aimar. Digamos que Bruno passou a ser aquela personagem de um filme de acção que é irrelevante para o desfecho, e que o realizador coloca num voo rasante em frente ao herói, para levar um tiro mortal, salvando assim a vida a todos. Não deixará muitas saudades, mas será muitas vezes recordado com um sorriso nos lábios, quando for notícia por ter marcado um golo espectacular. Bruno não é bonito, nem esguio, mas de uma coisa eu nunca duvidei, o Bruno era dos nossos, e será sempre Benfiquista.

Boa sorte.

2 comentários:

Anónimo disse...

Reconheço que na época passada foi util em alguns jogos, nomeadamente quando marcou mas os seus golos escondiam algo que já fazia naquela época:a quantidade enorme de passes falhados. Se bem me lembro apenas Witsel e o nosso D10S conseguiam segurar a bola e passá-la em condições.

Brera disse...

Concordo com todo o post. Aliás, do que tem faltado ao Benfica e aos adeptos do Benfica é compreender o «lugar» que cada jogador ocupa. Se queremos profissionalismo e dedicação da parte deles, deve ser o clube e os seus adeptos a dar o exemplo.