Receita uruguaia para os maus árbitros e que fazia falta ao Sporting

Se não o puderem contratar, ao menos que o levem a Alcochete para dar uma palestra os tipos que costumam vestir a camisola do Sporting aos fins de semana:

"A mensagem que eu passo aos jogadores é que não há um árbitro do mundo que lhes possa fazer perder um jogo"

As leis do jogo estão cheias de referências a “na opinião do árbitro” e “conforme a decisão do árbitro…” Até a lei do fora de jogo é uma questão de interpretação.

Isto significa que a utopia de justiça no futebol nunca poderá existir e por muita tecnologia que seja aplicada , haverão sempre interpretações diferentes.

A forma mais fácil de provar isto é ver o contraste dos jogadores e treinadores opostos. Uma das grandes verdades do jogo é o facto de toda a gente pensar que o árbitro está a beneficiar a outra equipa.

Este estado de coisas não é difícil de entender porque as pessoas do futebol vivem uma vida de permanente insegurança. A forma mais fácil de negar ou evitar verdades inconvenientes é criticar o árbitro.

Diego Alonso destaca-se dos demais em relação a este tema – uma das razões para acreditar que o uruguaio de 37 anos é um dos mais promissores treinadores do futebol sul-americano.

Um homem de área de referência nos seus dias de jogador – suficientemente bom para merecer ser  sido internacional pelo seu país e para ter tido uma carreira decente em Espanha – Alonso sabia desde cedo que queria ser treinador.

Depois de um pequeno trabalho à frente do Bella Vista, o clube de Montevideo onde começou tanto a carreira de jogador como a de treinador, tomou conta da equipa do Guarani, do Paraguai, este ano e montou uma equipa agressiva que está perto de se poder tornar campeão – apenas o seu segundo título em quase 30 anos.

“Nas sessões de treino,” contou ao jornal uruguaio ‘El Pais’ na semana passada, “nós treinamos situações de jogo onde temos um jogador expulso e ficamos em desvantagem numérica. Também treinamos jogos com árbitros tendenciosos para que os jogadores se habituem.”

Ele está a criar uma mentalidade onde os seus homens assumam total responsabilidade pelas suas exibições. “A mensagem que eu passo aos jogadores é que não há um árbitro do mundo que lhes possa fazer perder um jogo. Não nego que às vezes o árbitro tenha um dia mau. Mas se tivermos jogadores a sério, um árbitro não influenciará o decurso do jogo.”

Traduzido daqui