A maior derrota de Jesus

Este 'post' é-me de realização complicada, mas não posso continuar a esconder aquilo que me vem corroendo desde o dia 9 de Maio. Jesus perdeu 3 títulos, assim como os jogadores, equipa técnica, direcção, sócios e adeptos. Mas há uma quarta derrota no caminho de Jesus, nesta temporada, e essa será difícil de fazer esquecer. No jogo com o Estoril, Pablo Aimar tinha que entrar, foi mandado a aquecimento, mas foi Carlos Martins o escolhido, num jogo que não o pedia a ele, mas sim ao Mago. Muitos poderão argumentar, e com alguma razão, que D10s já não é o que era, mas isso não impede que algumas das suas maiores faculdades, mesmo que inferiores ao que foi, sejam ainda melhores que a da maior parte do plantel. No jogo com o Porto, Chelsea e no Jamor, passou-se a mesma coisa. Falo de D10s porque é o padroeiro deste blog, e porque continua a ser das poucas pessoas no Benfica a quem não posso apontar o dedo, apesar de ter ficado um pouco desiludido com as declarações sobre estar triste no Benfica, mas notei ali o desabafo, e notei ali a fúria contra Jesus.

O nosso treinador, muito capaz na maior parte das qualidades exigidas a um bom treinador de futebol, falha na relação com os jogadores, com quem deveria aprender um pouco mais. Quantos jogadores já não foram encostados, queimados, emprestados e enxovalhados por Jorge Jesus? Há 'mandantes' que confundem a disciplina ganha com respeito, com a disciplina ganha com ódio. Este caso com o Cardozo, e não obstante também ser um jogador temperamental, não é caso isolado, e já antes houveram problemas com Enzo, Bruno César ou Ola John. Jesus não pode continuar a impor o seu respeito através de uma cultura de ódio, porque poucos serão os jogadores que falarão bem de JJ, caso ele não mude. Basta ver a extensa carreira que tem, e quantos jogadores vêm falar dele? Apoiá-lo? Este problema é gravíssimo, a longo prazo, e isso terá que ser considerado pela direcção.

Escrevi, a 9 de Maio, que nunca perdoaria JJ por ter enxovalhado o Mago, contra o Estoril. Por não ter analisado bem a equipa fantástica dos canarinhos, e por não ter entendido, como o Mago entendeu, qual era a melhor opção para vencer o jogo. Para mim o campeonato não se perdeu nesse jogo, mas foi aí que voltei a avivar memórias, memórias de risos no banco, na Alemanha, memórias de indiferença para com jogadores excluídos, memórias da saída de Nélson Oliveira para o Corunha. Quantos jogadores, questionados sobre JJ, não o insultarão? Jorge Jesus é um excelente treinador, um dos melhores, mas não é um líder, e nunca o será.

Desculpa, Jesus.