DE OPTIMO GENERE ORATORVM

Este post é direccionado aos sportinguistas. Portanto se és lampião, vai esgalhar a ver o canal memória, ou as tabelas da UEFA, onde o Sporting não consta nesta época.

Se continuas a ler, ou és sportinguista, ou és parvo e não percebeste. Vou seguir escrevendo para os primeiros.

Aviso já que vai ser longo.

Os sportinguistas, na verdade, que se dividem em dois grupos:

- Os que acham bem que Bruno de Carvalho coloque os agentes do Futebol Clube do Porto, e principalmente o seu presidente, mas não só, como objecto do discurso bélico,

- E os que acham que Bruno de Carvalho está a falar demais.

Bruno de Carvalho, recordemos, que ficou de mão estendida num jogo de futsal perante os dirigentes do FCP. Terá sido aí que tudo começou, num curto bate-boca.

Achou depois, pertinente, aguardar o pedido de desculpas da parte dos faltosos, em vão.

Partiu então, para um discurso bélico, sempre em defesa dos interesses do clube e da dignidade que este tem e merece. Assim foi quando a maçã podre foi transferida numa chico-espertice para o Mónaco. E também assim foi na resposta ao recém-eleito presidente da câmara do Porto. Perfeito!

Por vezes o seu discurso adopta mesmo um tom mais encrespado, mais ríspido, que visa abanar a jaula desses pulhas batoteiros.

Ainda assim, de forma bem mais suave do que assistimos do outro lado da segunda circular, essa guerra sempre aplaudida pelos seus adeptos, esse galardão "nós somos os que mais lutamos contra o corrupto do norte porque dizemos umas merdas, embora isso de pouco valha, porque somos constantemente humilhados, por vezes em plena Luz" que, creio, figura mesmo nas prateleiras lá do tal museu que eles agora inauguraram com o bebedolas do pantera escura.

É um facto que o discurso truculento e troglodita (em suma, taxista) de um Malheiro, nunca será da fineza do de um Rogério Alves, mas o importante é a semântica, mais que a sintaxe.

E nesse aspecto, o presidente do Sporting, reúne ambas vertentes num discurso, que, ninguém pode negar, tem sempre em vista os superiores interesses do clube, mais que quaisquer outros, mesmo até pessoais.

Não podemos esperar reforço ou auxílio do outro lado da segunda circular, porque o tal troféu de paladinos da verdade desportiva a que aludi, só vale se o orelhas o apresentar como sua conquista exclusiva aos olhos dos próprios adeptos. Uma espécie de engodo, que lhe garante mais alguns votos, à mingua de títulos... Como as da "espinha dorsal da selecção", "3 campeonatos em 4 anos", "estar na final da Liga dos Campeões no estádio da Luz" e outras patranhas com que vai enganando os tolos.

Também não podemos esperar cobertura dessa imprensa desportiva que é veículo de propaganda do Benfica, apresentando qualquer Cavaleiro nas capas semanas a fio, ou Bernardo não sei das quantas como o "Messizinho";

mas que hipócrita e simultâneamente apresenta o corruptor-mor como exemplo acabado de líder desportivo de sucesso e modelo a seguir. E que quando o presidente leonino se lhe opõe, com essas mesmas armas e argumentos (do arsenal legítimo e dentro da lei) tantas vezes elogiados, não lho permitem e tanto o criticam. O discurso, a energia em defesa do clube, o rigor negocial com jogadores e banca, a presença junto da equipa durante os jogos... Pinto da Costa, um visionário/Bruno de Carvalho, um populista.

Essa comunicação social que tenta explorar eventuais falhas no discurso de todas as formas possíveis e imaginárias. Se se senta no banco de suplentes, Jardim sentir-se-á ameaçado? (Fizeram uma peça a explorar o facto do presidente leonino ter curso de treinador). Ou a rábula que vamos acompanhando há meses "será o Sporting candidado?". (E aí vão analizar minuciosamente o discurso do presidente vs o do treinador.)

Imprensa desportiva Portuguesa, a arremessar lama desde sempre...

Mas até mesmo alguns dos próprios adeptos, que criticam a postura e o princípio. "Nós não somos assim!", "Muitas frentes de batalha abertas", dizem. (Medos de décadas... tipo aqueles piratas do Asterix, que preferem fazer um buraco e afundar o próprio barco, quando avistam os gauleses)

Muitas? Todas as batalhas que defendem os interesses do clube, são apenas e só as absolutamente essenciais! Por se ter engolido tanto, tanto tiro no pé, tanto insulto externo, da parte dos rivais, dos dirigentes desportivos, da imprensa, dos comentadores, até dos árbitros, é que o Sporting chegou onde estava. Não se pode contemporizar quando nos atacam os interesses do Sporting. Nunca, jamais.

Só com esta postura, o Sporting consegue um autêntico milagre, que toda a gente assegurava ser impossível no início da época: ir ao Dragão jogar a liderança do campeonato de Portugal.

Graças ao seu presidente Bruno de Carvalho, ao treinador que soube ir buscar, à equipa que ambos souberam montar. Mas ao discurso do presidente, a cada hora, que reúne e aglutina todos esse elementos e deles faz uma equipa.