Luta pelo título 2-3 Sporting

Ainda o jogo não tinha iniciado, e já havia um lance directamente saído de um OVNI. Daqueles lances que acontecem raramente no futebol, uma única vez na vida de uma equipa, e aconteceu pela segunda vez ao Sporting. Repetindo um lance num certo jogo contra o Porto, o árbitro viu num corte defeituoso um atraso para o guarda-redes que agarrou a bola, e, como sempre quando são lances que envolvam o Sporting, não teve dúvidas. Livre! (Curiosamente, no jogo seguinte do Porto, um lance semelhante, igualmente não suscitou quaisquer dúvidas ao árbitro...em não assinalar livre.) Golo.

Sporting no ataque como lhe competia, ainda que Bojinov não desse seguimento aos lances. (Certamente não tem o recorte artístico de Postiga...) E Paços de Ferreira na táctica do 9-0-1, com o Michel na frente sem medo da fronha do Onyewu. Nunca tinha ouvido falar do pigmeu, mas outros que acompanham futebol, garantem que é bom, desde os tempos de andar enterrado nas terceiras divisões desta vida.

O árbitro com uma malha fininha a ajuizar os lances, rápido no gatilho do cartão e adivinhava-se que não iam acabar 22 em campo.

Na primeira parte, domínio completo do Sporting, ainda que sem golos. Alguém levou o Pereirinha às putas, está feito um homem.

Sergunda parte, o Paços a sacudira pressão, lance de livre numa falta a meio campo, balão para a frente, embora com intenção, Michel (quem mais), a adiantar-se ao dorminhoco Rodriguez e Patrício a não chegar lá. Rui Patrício, diga-se, que safou por ali mais algumas. Mas esta, não. 2-0.

Aqui foi a descrença. Minha, também, confesso. Nas bancadas, assobios.

Por esta altura, com uma série de amarelos distribuídos, o árbitro mantendo o critério, podia ter expulso um do Paços, expulsou outro por segundo amarelo. Um lateral essencial ao funcionamento da equipa, segundo se lamentou no fim um tal cunhado do treinador do Porto. O Passos passa (lindo!) a jogar em 8-0-1.

E eis que entra o Czar em campo. Aquele que Costinha não quis mas agora leva o Sporting às costas. Num lance de insistência de Izmailov contra as leis do universo, carambola num remate desesperado (já antes tinha tentado remates de longe inconsequentes), e a bola a trair o redes castor. 2-1 e os de verde a sentirem o brio a vir ao de cima.

Fito Rinaudo, esse que cada Sportinguista comprará uma camisola com o nome estampado, assim que cheguem as novas camisolas sem TMN a azul, faz um passe de mestre a desmarcar o homem mais caro que o Sporting alguma vez comprou que, ainda não contagiado pela vírus da eventual conice que o Postiga tenha deixado no balneário leonino, encostou como se fosse fácil. 2-2

E por fim, Ínsua, ainda não contagiado pela conice que Grimi tenha deixado no balneário, cruzou para van Wolfswinkel a encavar toda lá dentro à ponta de lança. 2-3

Depois foi aguentar contra 10, o que mostra que ainda faltam uns degraus para chegar ao patamar que se espera. Um grande a aguentar o resultado contra um pequeno reduzido a 10?

No fim, o treinador do Benfica e do Porto, Luís Miguel, não comentou o desempenho esforçado da pequena equipa de Paços de Ferreira, mas preferiu comentar a luta pelos primeiros lugares do campeonato, mostrando assim que está talhado para altos voos. E para o alcool, porque zurrou qualquer coisa sobre o Sporting ser levado ao colo pelas arbitragens...