Uma questão de... sotaque

Como já não há mais futebol este fim de semana, o post de hoje vai ser sobre outro assunto importante. Como muitos sabem, sou nortenho, da zona montanhosa, a residir nas planícies ribatejanas, e sempre que falo a primeira vez para alguma pessoa (especialmente na fábrica onde agora trabalho), dizem-me logo que sou do Porto (cidade). Eu fico fodido, mas emendo logo para Minho.

Sempre achei que não tinha sotaque, apesar de ter perfeita noção de que dizia "num" em vez de "não" e que trocava alguns (muitos) V's por B's, mas cá é complicado não ser emendado ou pelo menos notado, e isso têm-me deixado um pouco chateado. Andei a pensar na melhor forma de tentar disfarçar o sotaque nortenho (e tou-me a cagar para quem acha que não o devo tentar suprimir porque é um orgulho e bla bla bla) orgulhosos são os pais e os gays, e eu não sou nenhum dos dois.

Posto isto, estava ontem a ver um documentário sobre o "Rockeiro" Raúl Seixas, e uma das muitas mulheres dele estava a falar. Ela era Americana, mas falava num português horrível, que mal se compreendia, até que começou a cantar uma das músicas do Raúlzito. E não é que estava ali a dizer as palavras todas correctamente, que nem uma pura Baiana ou Carioca?

Onde é que eu quero chegar com isso?

Que tenho um amigo que é o Jerico, que mora em Ribeirão - Famalicão, e é dos gajos com sotaque nortenho mais ferrado, para além de ser dos Super Dragões (não posso falar com ele de futebol, ambos sabemos que acaba mal) e quando o vejo a cantar músicas do Porto, porque tem essa mania, tem um sotaque mais lisboeta do que os apresentadores da SIC-N. Porque raio é que o pessoal, quando canta músicas nas claques, livra-se do sotaque? E quando se trata de falar, não se consegue livrar dele, apesar de ouvir muita televisão e rádio? Juro que não percebo... Mas todos os clubes do Norte são assim, quando cantam na "curva", parecem todos de Cascais.

Por exemplo, os cães do Bitória de Guimãorães, quando estão em convívio dizem sempre "Bamos Ber o Bitória?", mas quando estão no estádio a cantar já dizem/cantam "Vim-tse Ver, Vitsória!".

São coisas que nunca consegui perceber, mas a solução para o meu problema é óbvia. A partir de hoje, não sairá nenhuma palavra da minha boca que não seja cantada em música de claque, allez allez. Agora puxem o post acima, e leiam como se fosse o ritmo da música para o Aimar!

8 comentários:

Anónimo disse...

Isso dos não-sotaques a cantar é realmente peculiar e não faz muito sentido. Alguém gravou aquilo sem sotaque e então é tipo desenho em papel vegetal... não vejo uma explicação mais normal!

LDP disse...

Ou entao é a maneira de terem a certeza que no resto do paìs a mensagem é entendida a 100%!

Ora experimentem là: "Nuòj shòqremus buer Luisbuouahrdeir. La-la-laaa"

Os receptores da mensagem iam ficar à nora naum aicham?

Pedro disse...

Há aí uma escocesa ou irlandesa que agora não me lembro do nome que tem um daqueles sotaques caractarísticos de lá e qd canta é um inglês perfeito, qd responde aos jornalistas não se percebe peta!!!

Mas a troca dos v's pelos b's é q não percebo!!! ☺☺☺

Henrique disse...

Eu não percebo é porque caralho chamam a um café bica, e a um fino imperial.

Benfiquista Tripeiro disse...

Vitto, tens vergonha do sotaque? Então muda, como os fracos!

artnis disse...

O Vitto não terá vergonha do sotaque, tem é vergonha de ser confundido com um qualquer morcão andrade.

Aquela gentinha que se julga os únicos e verdadeiros Nortenhos ...

penso eu, de que!

artnis disse...

Ou, sei lá, ser confundido com algum Jerico ou Jumento anilebronco, digo eu !

Vitto Vendetta disse...

Eu quero é falar direito eheh