Chove? São lágrimas dos Reis

Terça-feira, 20 de Maio.

Há dois dias que o Benfica venceu tudo o que havia para vencer em Portugal, e a chuva não pára.

Depois de um sol motivante que nos levou à conquista do Campeonato e da Taça da Liga, a noite abateu-se sobre Turim, arrefecendo-nos a folia, mas sem nos quebrar. No passado domingo, novamente sobre supervisão do sol mais radiante dos últimos tempos, voltamos a conquistar a taça, a dobradinha, e uma tripla no totobola das taças, que é o que conta no final.

Desde o início de 2014 que a chuva não parava, obrigando os nossos guerreiros a sair das trincheiras, alagadas, ficando em campo aberto durante várias batalhas, muitas vezes em número inferior ao adversário.



A chuva não parou porque o céu chorou a morte de Eusébio e Coluna. E chorou durante muitos meses, sem se preocupar com os que cá ficaram. Eu percebo-te céu, é fodido. Sei bem que temos o Zé Augusto, que era um craque, e outros que ainda sobrevivem desses gloriosos tempos, mas Eusébio e Coluna eram a dupla perfeita do que é o Benfica, a melhor dupla desde Cosme Damião e seu bigode, a melhor dupla desde Rogério Pipi e as bolas de couro de porco, a melhor dupla desde José Águas e a Taça Latina.

A melhor dupla também chorou, ao ver as homenagens que o Benfica lhes fez, a multidão mobilizada, as palavras, os textos, o silêncio. Tudo isto foi Eusébio e Coluna, e, nos dias que se seguem ao glorioso sol que nos fez ganhar tudo dentro de portas, não poderiam ser de outra maneira.

Voltou a chuva porque os Reis estão lá em cima, a chorar de alegria pelo seu Benfica.

Até sempre Eusébio e Coluna. Até sempre.