Fernando Francisco I - O Filho da Puta

Os Fernandos costumam ser, por tradição, pessoas bastante respeituosas. O nome vem dos tempos dos góticos (antes... muito antes do gótico ser sinónimo de maricas carpideiro a tons negros), e significava algo como "Aquele que faz de tudo para manter a paz". O meu bom amigo e grande Benfiquista, Sr. Fernando, é a prova viva disso, pois não admite que o chamem Fernando sem o ornamento superficial de 'Sr' na retaguarda  porque caso contrário, "poderíamos ter problemas". Eu próprio sou Fernando, assim como meu padrinho, que me deu o nome, que prefere o adorno oral à posteriori, em forma de apelido para complementar o nome, Pinheiro. Já eu, sempre preferi alcunhas.

Cheguei a trabalhar com mais de dez 'Fernandos' ao mesmo tempo, num empresa cujo patrão e o encarregado também eram 'Fernandos'. Durante esses tempos, o nome chegou a ser substantivo, e sempre me deixava o belo conselho, o meu chefe Fernando (este tinha o adorno oral de chefe, antes do Fernando), que era qualquer coisa do género: "Quem não for Fernando que se foda". Palavras sábias, e bastante motivadoras para um subalterno chamado Fernando, que era eu. Já disse que prefiro alcunhas?

Há, no entanto, muito Fernando que não lhe interessou lutar pela paz, como é o caso do nosso primeiro Fernando, o rei mais formoso de que (não) há memória, e que era um valente adepto das sesmarias, mas também nunca se deu lá muito bem com os Mouros, e acabou por deixar o trono aos espanhóis  É um problema, ser só Fernando, como o pobre javardo brasileiro baptizado Fernando Francisco, e desgostoso de não adornar o seu 'Fernando' com algo mais requintado. Mas deixa lá, Nandinho, houve um Fernando que era também Pessoa, e ao ler o teu ódio pra lá da tumba, desatou em prantos: EU SOU ÁLVARO, EU SOU ÁLVARO!

Pois é, quem não for Fernando que se foda, mas há de igual modo Fernandos que se podem ir foder.