Crise intestinal

É oficial: estamos fora da UEFA na época que vem.  O que poderá até ser bom, pois a acreditar no que dizem, correríamos o risco de, caso nos apurássemos, ficarmos impedidos de participar por falta de dinheiro. Assim como ires com os teus amigos à discoteca da moda, entrarem todos e tu ficares à porta porque vais mal vestido. Nah, para isso, prefiro ficar em casa.

 O Ricky sai para a marcação de grandes penalidades assim como o Relvas sai para uma qualquer aparição publica: todo borrado.  

Por falar em merda, gosto de pensar nesta época do Sporting como uma crise intestinal. Limpar o que há a limpar e começar de novo.

Mas voltando ao penalty do Ricky, estava na cara que ele ia falhar. Olhamos para o Lima do Benfica e para aquela cara bexigosa , e vemos logo que ele é tipo para ter visto o seu primeiro homicídio aos 12, o primeiro estrupo da irmã por parte do pai aos 15 e ter calçado as primeiras botas de futebol aos 20, o que faz com que marcar penalties seja mais fácil para ele do que passar 20 anos a comemorar o Carnaval do Rio de Janeiro sem apanhar SIDA. 

Já o Ricky, a cena mais traumatizante que teve na vida deve ter sido receber o FIFA 3 em vez do PES 2 no Natal. Marcar penalties no Sporting é a sua segunda experiência mais traumatizante de sempre. 

Daqui a uns anos, vamos ter o Dier na capa com a camisola da Umbro.

Ok, falhou. Mas criticar o Ricky por ter falhado um penalty no 22º jogo consecutivo a titular é como criticar o camionista que teve um acidente após 44 horas consecutivas a conduzir sem parar, porque se não o fizesse o patrão despedia-o. Nah, o falhanço deste penalty tem dois nomes: Godinho e Nicolae.

Só uma palavrinha sobre a habilidosa arbitragem d’ontem do Hugo Miguel. Muito boa. O Mano, só à 327ªa falta (a que resultou no penalty) é que levou amarelo. O Zezinho levou uma cotovelada “daquelas” na primeira parte e que nem falta foi. Qualquer tentativa de ataque do Sporting foi sempre – mas sempre! – terminada à nascença com aquelas “faltinhas” a meio campo, contrariando a máxima que diz que “o crime não compensa”. Ai compensa, compensa! (E sim, Patrício deveria ter levado o vermelho e passaríamos a jogar com 10, contra os 10 do Estoril, se o gajo que espetou a cotovelada ao Zezinho tivesse sido expulso também).

Que dizer mais sobre a pior época de sempre do meu Sporting? Assinalar apenas que tal acontece no preciso momento em que aceitei o convite do Vitto para escrever publicamente sobre o Sporting e futebol em geral. Nunca antes tinha escrito sobre o Sporting. E quando o faço, acontece “isto”. Foda-se.

P.S. Parece que houve alguém daqui do Cabelo que leu um título dum post meu mas que depois não leu o seu conteúdo. Convido todos a relê-lo aqui. E mantenho e reafirmo: sinto mais orgulho nesta equipa, construída a partir dos cacos de Godinho, do que, por exemplo, na equipa que empatou na Madeira, contra o Marítimo, num jogo da Taça da Liga e que tinha nomes “conceituados” como Elias, Insúa, Pranjic ou Boulahrouz.

E percebo que os lampiões não percebam isto. Afinal, como poderão? O último orgulho deles chama-se Rui Costa!!