Jornalismo Desportivo
É coisa rara, juntar 2 ícones do mundo futebolístico na mesma foto, mas ainda mais raro é apanhar uma delas, por acaso, numa rua de Donetsk onde não se vislumbram Portugueses em lado nenhum, e não a reconhecer.
Ontem (ou ante-ontem) na RTP, um jornalista fazia um pequeno inquérito de rotina pelas ruas Ucranianas em busca de Portugueses. A situação estava complicada e só tinha encontrado um gajo que veio de Jeep. Eis que, durante um directo, o jornalista enviado da RTP foi encontrando algumas pessoas, fazendo-lhes perguntas rápidas com respostas de 5 segundos. Entre elas estava este senhor que está abraçado às espanholas na foto; Mestre Alves.
Eu até não me dou muito bem com ele, e confesso que o gajo já me bloqueou no facebook quando lhe disse que andava a ouvir vozes à noite, mas tenho que admitir que é uma personagem incontornável. Quando o vi a querer falar naquele directo, e o olhar de perplexidade que lançou sobre o jornalista quando este o interrompeu e mudou para outra pessoa, percebi que o jornalismo desportivo está todo podre.
Um jornalista de desporto TEM que conhecer todas as personagens ou "cromos" do futebol português, correndo o risco de perder autênticos furos em situações destas, que acontecem raramente. Imaginem se o Miguel Guerreiro da SIC, não conhecesse o Emplastro, quando fez aquela célebre reportagem atrás do ombro dele, a gozar. Imaginem se o gajo da Benfica TV não insistisse no Parreira "parecem peixes debaixo d'água" após a primeira e estrondosa entrevista? Se os gajos da Sport TV não conhecessem o Campino? O futebol é feito de cromos, mas o jornalismo que cobre o futebol tem que ser feito por pessoas inteligentes. Ainda hoje, é certo e sabido que quando se quer saber algo difícil sobre geografia europeia, um jornalista de desporto é o primeiro a saber tudo, fruto das coberturas e do acompanhamento às provas europeias onde participam todos os países. Até na fonética e na pronunciação das palavras, os jornalistas de desporto são dos mais correctos, como no caso de serem as únicas pessoas em televisão a pronunciar correctamente a palavra "Manchester", com acentuação grave no primeiro "e". (Manchéééster e não Manchaster, como dizem a maior parte dos jornalistas que não são de desporto)
Um jornalista de desporto não é um jornalista desportivo, e isso não entra na cabeça de muitas redacções, incluindo a RTP que envia para a Ucrânia gajos que não conhecem o Mestre Alves.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
grande post e uma grande verdade.
mas elas são ucrânianas, não são espanholas :)
Pois, que dão ares de ucranianas na cara, lá isso dão. Mas como estão vestidas de carmelitas e vamos jogar contra a Espanha, acabei por achar que eram espanholitas!
só assim de cabeça, nos últimos tempos já ouvi a jornalistas desportivos:
-alex ferguNson, como de costume;
-Jordi como Javier e não como Djaló;
-dissertações ridículas sobre a razão pela qual os jogadores espanhóis não cantam um hino sem letra;
-o tradicional pepE guardiola;
-aqui em shakhtar
francamente, não me parece que, em geral, os jornalistas sejam mais cultos ou mais rigorosos que os restantes.
Pois, bjorn. Esses são os jornalistas desportivos, e não os jornalistas de desporto. Umas bestas!
Apoiado. Vitto, farias bem melhor.
olá. pode passar o seu contacto, por exemplo facebook, quero fazer uma experiência e se resultar posso remunera-lo. obrigado
cabelodoaimar@gmail.com
Enviar um comentário