Os mais perseguidos de todos os tempos II (mas que também eram caceteiros)

Valtinho a mandar pausa com filtros do instagram
Seguindo viagem pelo mundo da sarrafada e do chouriço, vamos analisar o período dos cacetes entre 92 e 95. E nada como começar com um flop leonino.


Valtinho, já ouviram falar? Claro que não. Foi o gajo que ensinou o Figo a conduzir. Ainda não se lembram? Claro que não. Mas a temporada 92/93 nunca o esquecerá, já que conseguiu a brilhante proeza de colectar 20 cartões nos 19 jogos que fez como titular pelo Paços de Ferreira. 18 amarelos e 2 vermelhos.

Mas seria Valtinho um caceteiro, ou apenas vítima da eterna cabala dos árbitros, dos cafés e da imprensa (e agora também da net)?
Cabelo do Valtinho
Nas primeiras 5 épocas de Valtinho em Portugal, que dividiu o já habitual ser bom no Braga e mau no Sporting, foram amealhados 18 amarelos e 2 vermelhos, pelo craque brasileiro. Ok. Afinal não era tão caceteiro assim. E até jogou contra o Maradona, e marcou alguns golos no campeonato.

Mas, se não é caceteiro, então o que faz aqui? Como qualquer bollycao iniciado pelo lado seco, o melhor estava para o fim, e em duas épocas seguidas, Valtinho ficou no top da perseguição arbitral, conseguindo 34 amarelos e 2 vermelhos, em apenas 2 anos, batendo o recorde de multas por indisciplina no mais curto período de tempo, e ganhando assim um xau aí para o Brasil, enquanto ainda tinha dinheiro para as passagens.


Na época seguinte, 93/94, chegava-nos Pedrag Jokanovic - uma promessa do cacete vinda de uma Jugoslávia quebrada, e onde a porrada era ao pequeno almoço. Em 26 jogos que fez pelo União, Joka coleccionou mais cartões do que a mulher de um milionário, conseguindo 16 amarelos e 4 vermelhos, valendo-lhe o top nessa temporada.

Mas Jokanovic ficou-se pelas promessas de arreador mor apenas na sua primeira temporada ao serviço do União da Madeira, e acabou por traçar um caminho quase de santidade, durante toda a sua carreira em Portugal.
Tanto mito numa foto. E tanto caceteiro também.
Na época seguinte, tivemos o regresso de um mito, que ficaria para sempre na memória de todos os adeptos de futebol como um dos maiores caceteiros dos anos 80 e 90. Bóbó, que para além da fama, também levou o proveito. Uns proveitosos 15 amarelos e 4 vermelhos, em 22 jogos pelo Boavista.

Mas não foi só nessa época que Bóbó mostrou não ter adversários à altura na hora de tomar banho mais cedo. Com quase duas décadas de futebol em Portugal, a sua primeira parte da carreira não correu muito mal em termos de encarar os árbitros, tendo conseguido a banalidade de 22 amarelos e 5 vermelhos em 10 temporadas. Nada que um Valtinho não fizesse numa só.

Mas depois, depois veio o Boavista, e em 6 épocas, foi brindado com 57 amarelos e 6 vermelhos, para nunca mais ser esquecido da mente de muitos adeptos, e sobretudo de muitos jogadores adversários, que por entre feridos e mortos, lá foram escapando aos jogos de domingo no Bessa.

6 comentários:

Tim disse...

viajem com j? Muito bom!

Vitto Vendetta disse...

Obrigado sr. editor. Depois envio-lhe o cheque :)

Papabimbos disse...

"Ó Mamadu...faz me um Bóbó" - um mito, tão mau e duro que nem no Porto o quiseram.
Agora é olheiro do Chelsea.

Pulha Garcia disse...

Valtinho e Jokanovic são pérolas. Bóbó é tesouro. Nunca na puta da minha vida vi tanto pau como com Mamadu Bóbó no meio-campo. Digo individualmente, porque em termos colectivos não nos podemos esquecer da famosa tripla Jaime Magalhães, Jaime Pacheco e - a completar a Santíssima Trindade - André. Esta tripla, recrutada pelo FCP à Sicasal, demonstrou um talento especial no processamento de carnes.

Ps Uma palavra especial para o colega de equipa do Bóbó, o central Nogueira. Muitos jogadores lamentaram amargamente terem resistido à paulada do Bóbó apenas para encontrarem o Nogueira mais à frente.

R.B. NorTør disse...

Xii essa foto do Boavista é o pesadelo dos socorristas!

jjfl@sh disse...

O comentário do Pulha é muito forte, o PS upa upa