Este fim de semana tive a grande oportunidade de viver a Taça de Portugal por dentro, acompanhando a equipa da AD Oliveirense, que foi jogar ao campito do Loures. No caminho para lá, e calhando-me a sorte de ir no autocarro ao lado do treinador de guarda-redes, o mítico Carlos Alberto (não, não é o que tem beef com o Ricardo), fui ouvindo o relato do Benfica, no meio de jogadores, diretores e equipa técnica, pessoal que vai percebendo da poda, e ouvi alguns comentários acutilantes, e observei algumas coisas que me levam a pensar em algo.
De facto,o Benfica tinha a obrigação de golear estes bravos de Cinfães, mesmo a jogar com os suplentes. Um jogador de uma equipa como o cinfães, que, penso eu, são profissionais, poderá ter alguma qualidade, ou até vários jogadores, mas as fracas condições a que se sujeitam (e mais à frente falarei do Alba) não permitem encarar a pressão da mesma forma que um profissional, que, como no caso do Benfica, teve as melhores condições (uma viagem em primeira classe num Alfa proporciona um bom relaxe, especialmente a pobretanas como eu que vão sempre em segunda com os joelhos a fazer pressão no banco da frente), ficaram num hotel 5 estrelas e tudo lhes permitiu fazerem o jogo das suas vidas (tendo em conta que andam pela B), mas isso não aconteceu.
Pois bem, a equipa da Oliveirense foi de autocarro normal, 5 horas de viagem, ficaram num hotel de 3 estrelas, onde a comida não era lá grande coisa e os quartos mediocres. Nem net tinham, para relaxar. O habitual passeio noturno para descontrair foi dado no quarteirão, cheio de pavilhões industriais, onde se viam baratas saindo das tampas de esgoto ao magote, e onde uma 'roulote' vendia pão-com-chouriço carregado de picante e onde se via pessoal a passar droga em frente ao hotel (nada de novo, tendo em conta que o Paim jogou nesta equipa até bem pouco tempo). No serviço despertar, o empregado panisgas acordava-os com um cliché gay qualquer, e o motorista do autocarro também não ajudava nada (não é que o gajo escreveu 'Campo da Bola' no GPS e havia mesmo um nos quintos do caralho, fazendo um desvio de 30kms do estádio até perceber que estava enganado, levando a que a equipa chegasse mesmo em cima do jogo).
Mesmo assim, e a jogar contra uma equipa forte (o Loures está para subir para a II Liga), os gandas malucos de Oliveira (Famalicão) espetaram 3 batatas no Loures, e voltaram para cima em grande festança, e eu no meio deles em festança também. Aposto que os jogadores do Benfica não foram embora com sentido de festa, apesar da vitória. De facto, o que nos interessa (adeptos) é a vitória, mas para dirigentes e treinadores (e para o seu próprio futuro também) o que interessa é fazer uma grande exibição, e foi-lhes dado tudo para que o fizessem, e isso não aconteceu.
Na (minha) viagem de regresso, e após ter tido a Sara Norte, o Paim e o Oceano mesmo nas cadeiras atrás de mim, enquanto eu relatava (a Sara Norte até tentou adivinhar quanto eu ganhava pelos relatos), vim a ouvir o Sporting, o relato do Nuno Matos (Antena 1), e só tenho a dizer que este gajo mete o Perestrelo num bolso, e o melhor é quando ele diz "Festa da Passa". Quanto ao Alba, chegou de manhã ao mesmo hotel onde nós estávamos, depois de uma viagem de 3horas num autocarro alugado, e só iriam desfrutar os mesmos semi-luxos na noite depois da partida, como recompensa por levarem 8 na tromba.
PS: tive também a minha primeira ameaça de morte, da claque do Loures (achei bonito ver o Oceano rodeado de putos de Loures, a pedirem-lhe conselhos), depois de ter subido um pouco a voz no primeiro golo da Oliveirense. Acontece.
2 comentários:
é tao bom ser do interior não é ?
Patrão, gosto muito destes artigos. Porque são dum futebol muito mais puro. Fazem-me ter saudades de jogar os campeonatos das camadas jovens, onde era só prazer, viagens de autocarro, família a assistir, namorada ir num jogo que falho de baliza aberta, sair no interior da terriola e virem-me dizer "grande POC, este fim-de-semana é para marcar mais um". Foda-se, acho que vou escrever sobre esta merda.
Aproveita bem a experiência. O futebol sai fortalecido. O verdadeiro.
Abraço.
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