Com um calor dos dubais, ao género do forno que aqueceu a supertaça, fui à terra dos fornos de Leitão nortenho, bem mais cheirosinhos que os da Marinha Grande, mais conhecida como Trofa, para ver o Benfica B.
Com bilhete para ver a primeira jornada da nova 2a Liga, este ano com o (primeira vez que escrevo isto) ALTO PATROCÍNIO da Cabovisão, aquela operadora de tvcabo que ninguém usa, onde ninguém trabalha, e que patrocina cenas a torto e a direito (podiam patrocinar-me uns sapatos novos). Lá se apresentou a segunda linha do Benfica, com o sol a apertar cada vez mais, e um adepto trofense (a quem prometi lá voltar, só para o filmar) a dizer que ia chamar paneleiro ao Jardel só porque não gosta de galinhas. De facto, a capacidade de argumentação dos cheiosdódio é impressionante.
Várias coisas saltaram-me à vista, pelo menos durante o aquecimento e primeiros 15 minutos, mas depois o sol começou a turvar-me a visão, e confesso que já tinha ligado um sistema de refrigeração de meio-litro de Súper, que parecia querer voltar ao estado de cevada, com tanto fervilhar, que me foi mantendo refrescado por dentro, enquanto o sol cegava o fiscal do lado esquerdo.
Pronto, e como disse um jornalista do sítio onde estou a estagiar a um treinador, "não lhe fodo mais a cabeça", vamos lá falar de Matic, o mais novo.
A jogar na posição que Enzo ocupa na primeira equipa, Uros aborda os lances como um 'martelão', desengonçado e com as pernas à arco do triunfo, mas a eficácia daqueles pés é algo de fenomenal. Quem acompanhou a pré-época, percebeu, nas vezes em que o miúdo jogou, que estávamos perante um jogador de futuro, e hoje pude comprovar que isso se mantém na equipa B. Se o campo tivesse um centro geodésico, o Matic mais novo seria o seu marco, o monumento que assinalaria o preciso local onde o meio de tudo se encontra, só que Matic também se mexe, e vai distribuindo a bola com uma precisão impecável, fornecendo magia sempre que a isso é solicitado. Ivan Cavaleiro passou a primeira parte a chamar por Matic, que lhe fazia sempre o favor de lhe reencaminhar a bola, nem que tivesse que deixar 2 ou 3 (mais o mergulhador Tiago) para trás. No aspeto defensivo, Matic sente a falta de um trinco no apoio, de um trinco inteligente que o saiba complementar, permitindo-lhe arriscar o desembaraço de jogadores adversários, para servir um avançado como manda a lei. E não é qualquer lei, é a lei dos melhores, dos que transportam a visão de um D10s Aimar, de um daqueles marinheiros que fica de luneta no mastro do barco, ou de um daqueles snipers que servem para dar balázios em brasileiros que se barricam em bancos.
Espero que durante a época ainda consigamos ver os manos Matic a jogarem juntos, pois deixa-me curioso ver a complementação que poderiam dar um ao outro. Sei que temos Amorim e André Gomes, e que ambos são portugueses, mas Uros Matic, na minha opinião, seria o suplente perfeito para Enzo. E quem o tem visto jogar, terá de concordar comigo.
2 comentários:
Já em Janeiro já dizia que o Uros era artista:
http://o-guerreiro-da-luz.blogspot.pt/2013/01/o-eleito-para-posicao-6-foi.html#more
Vamos lá ver como ele se vai adaptar ao nosso futebol. Precisa de ganhar mais ritmo.
Vitto,
E o outro "brother" sérvio? Jogou?
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