Sentidamente, não faço sentido nenhum

Demorei a escrever sobre o Benfica-Chelsea porque ainda estava dorido do clássico de sábado e dor da final perdida demorou a fazer-se sentir. Digamos que a final da Liga Europa foi para mim o mesmo que levar um tiro de caçadeira no abdomen depois de Jack, o Estripador ter feito uma das suas obras de artesanato nesse mesmo abdomen umas horas antes.

Nem sei muito bem por onde começar.
Em menos de uma semana o Benfica, jogando o melhor futebol, praticamente perde o campeonato e perde a Liga Europa, é revelado que a Angelina Jolie tira as mamocas e ficamos a saber que as avaliações da troika dependem da inspiração de Nossa Senhora de Fátima.
É muita coisa chocante para digerir ao mesmo tempo. Ainda por cima com as tripas ao léu.

Ainda não consigo raciocinar direito. Aliás, eu raramente raciocino direito. Mas com dois títulos perdidos em 5 dias e nos descontos, as coisas ficam ainda piores no que ao raciocinar diz respeito.

Não consigo estar chateado com os jogadores ou o treinador. Mas vitórias morais não sabem a nada.
Hoje, ao contrário de um passado recente, estamos nas decisões. Mas tal como nesse passado recente, os títulos ganhos são poucos ou nenhuns.
Quero acreditar que estamos a crescer, com passos seguros, e que a prazo vamos quebrar a hegemonia do porto. Hegemonia essa que nunca acabaria de uma época para a outra. Mas vejo nossos números negros nos clássicos do Século XXI. Vejo JJ a não conseguir contrariar (e a ser contaminado) a cultura de medo ao porto que há no Nosso Benfica.
Não sei se é medo, se é excesso de respeito ou se é outra coisa qualquer. O que é certo é que nos clássicos somos sempre o lado que não está à vontade.

Ao contrário de outras épocas, na próxima acho que não precisamos de transformações profundas. Reforçar o meio campo, talvez as laterais e o centro da defesa e colmatar as eventuais saídas.
Numa outra vertente, há que recuperar tradições antigas e impor uma Santa Inquisição. Fogueira com todo e qualquer suposto praticante de bruxarias e vudus atentatórios à boa fortuna do Benfica.
Se considerarem a fogueira muito violenta, resolva-se a coisa com um tiro na nuca, pronto. É preciso sabermos adaptar-nos aos tempos modernos.
E já agora, espalhar sal nas ossadas de Bela Guttman e pegar-lhes fogo.

Em suma, quero este futebol para o Benfica mas não quero acabar como o Brasil de Sócrates em 82 ou a Holanda dos anos 70.
É preciso muito trabalho, muita inteligência e muita união. É preciso tirar lições desta época e continuar a aprendizagem na próxima.
Jesus deve continuar mas, caso saia, não é impossível arranjar um treinador que dê continuidade ao bom trabalho. Hoje já temos algumas bases, a questão será mantê-las mesmo que Jesus saia.

Todos juntos, Força Benfica!!