Classic Diggin' - Chelsea 97/98



A década de 90 foi rica em grandes equipas, e o Chelsea, que ressurgia da idade das trevas em 1993, escalando da terceira divisão até à Premier, não foi excepção. Em 1996, no entanto, algo mudou.

Roman Abramovich não foi o primeiro investidor neste clube Londrino, e Matthew Harding, bem sucedido empresário Inglês decide investir no clube e num projecto chamado The Italian Renaissance, indo buscar Ruud Gullit a Itália para ser jogador/treinador. Fazendo parte desse 'movimento' de influências do jogo italiano, chegaram ainda com o Holandês: Gianluca Vialli, Gianfranco Zola, Roberto di Matteo e Dan Petrescu.

Essa época de 96/97 correu muito bem, com um sexto lugar na Liga e a vitória na Taça de Inglaterra, qualificando-se assim para a Taça das Taças. No início de 97/98, o Chelsea ganhava adeptos pela Europa, sobretudo por estrelas do campeonato Italiano estarem lá a brilhar. Nessa altura, a Serie A era o campeonato mais apetecível, e deixava a largas milhas as outras ligas europeias, mas depois da Lei Bosman, tudo mudou, e os italianos começaram a arriscar noutros campeonatos, com bastante sucesso.

Com um início entusiasmante, a época de 97/98 acabou por se revelar um turbilhão de emoções para os fãs da pequena equipa Londrina, e para todos os que acompanhavam apaixonadamente as exibições da 'armada italiana'. Gullit tinha a escola italiana bem definida, e não raras vezes jogava com 3 centrais, fazendo subir Petrescu e Le Saux, mas com um leque atacante de luxo, conseguiu vencer até Dezembro, altura em que começaram as derrotas. Foi a muito custo que se qualificou na Taça da Liga e na Taça das Taças (em penáltis), mas as derrotas sucessivas no campeonato levaram à sua demissão.

Em Fevereiro, Gianluca Vialli assume funções como treinador, e com a ajuda dos seus colegas de equipa, consegue dar a volta por cima, terminando a época em grande, com 3 títulos em poucos meses (Taça da Liga, Taça das Taças, Supertaça Europeia),

Destaques:

Ed de Goye: O homem do bigode foi uma tábua de salvação nos anos 90, porque a baliza estava ocupada por Karihne desde o início da década, e o Russo oscilava nos momentos importantes, o que levou à contratação deste internacional holandês, que viveu tapado na selecção por Van der Saar, mas brilhou durante anos na Liga Inglesa. É agora treinador de guarda-redes do RKC Waalwijk.

Dan Petrescu: O Jon Stewart da Transilvánia começou a dar nas vistas em Itália, em equipas menores, mas acabou por dar o salto para Inglaterra, e após uma passagem brilhante pelo Shef. Wed, assinou pelo Chelsea, para se tornar um dos mais adorados dos adeptos. Era um jogador brilhante, com uma força e uma rapidez que fizeram escola no seu país. Começou como lateral direito com Gullit, mas acabou como extremo/ala, e os seus cruzamentos acabaram em muitas redes, como destino. Em 2002 voltou à Roménia, para se tornar treinador, e hoje, após treinar vários clubes, lidera o Din. Moscovo.

Franck Leboeuf: Começou como um quase desconhecido, apesar do alto preço e de já ser internacional francês. Apagado por Blanc e Desailly na selecção, fez uma época extraordinária no Chelsea, que culminou com a titularidade na final da WC98. Era ele o novo patrão da defesa londrina, e tinha sempre os fieis Duberry e Clarke para o ajudarem a parar os ataques rivais. Um pouco mal-amado no seu país (disse que Figo era melhor que Zidane), andou pela América a jogar à bola e a entrar em filmes, e agora não se sabe muito bem o que faz, para além de encher as revistas cor-de-rosa com a namorada.

Roberto Di Matteo: Nascido na parte italiana da Suíça, depressa conquistou lugar no futebol transalpino, e agarrou um lugar na poderosíssima Lázio, mas como a concorrência era forte, acabou por rumar ao Chelsea, de onde só saiu 18 anos depois. Era um médio centro que dava muita segurança defensiva, jogando como trinco ou como médio mais solto nas costas de Zola. Fez com Wise uma dupla eficaz, controlando o centro do terreno em qualquer partida. Neste momento está, como sabem, de férias, a saborear a Liga dos Campeões que ganhou o ano passado.

Tore Andre Flo: Chegou ao Chelsea com 26 anos, e era uma verdadeira incógnita, tanto para os adeptos como para Gullit, que não sabia se o jogador poderia render. Começou a medo, como suplente, mas depressa conquistou lugar, fazendo todos os lugares do ataque, e acabou por ser uma aposta ganha pelo clube. Falou-se da sua vinda para o Benfica, já com 32 anos, mas nunca se concretizou. Neste momento, e após ainda ter jogado na liga norueguesa a época passada, é dono de uma Academia de Futebol em Inglaterra.

Gianfranco Zola: Ou, como é mais conhecido por entre os adeptos blues, 'o melhor jogador de sempre'. O mítico camisola 25 (que foi retirada de uso pelo clube) chegou ao Chelsea com 30 anos, depois de ter jogado ao lado de duas gerações de génios, Maradona no Nápoles e Balbo no Parma, e preparou-se para enfrentar mais uma geração, acabando por ficar no clube até aos 36 anos, altura em que saiu a custo zero para o seu amado Cagliari. Consta que Abramovich, que tomara conta do Chelsea nesse ano, tentou comprar a equipa inteira que disputava a Serie B Italiana, só para ter Zola de volta. Cada passe de Zola era teleguiado, cada arrancada, cada gesto, tudo era perfeição, e só pecou por nunca ter conquistado um título importante internacional, com excepção da Taça Uefa com o Nápoles. Actualmente treina o Watford.

Gianluca Vialli: Chegado em final de carreira ao Chelsea, com 32 anos, o italiano conseguiu ser sempre o melhor marcador da equipa, superando Hughes e André Flo enquanto jogou. Era habitual vê-lo marcar 4 golos num jogo, mas era também hábito passar os 4 jogos seguintes sem marcar. Acabou por se retirar como jogador, e manteve-se até 2000 como treinador do clube, mas sucumbiu à pressão de resultados, e acabou por se demitir, para ir treinar o Watford, sem grande sucesso. Neste momento, é comentador da Sky em Itália.

4 comentários:

LDP disse...

Esse foi, de facto, um Chelsea que deu gosto ver. Lembro-te de um jovem Terry que dava ainda os primeiros passos, Babayaro e Poyet que se lesionou e só no ano seguinte entrou na equipa marcando muitos golos importantes.

Conseguiram manter quase todo esses nomes no plantel, vencendo depois a Taça, contratando nos dois anos seguintes Casiraghi, Desailly e...Paredão.

DeVante disse...

Off topic:
Começaram as invenções do JJ, fodasse, Rodrigo no onze e Cardozo no banco? Mas isso não dá sempre merda? Porque não começar com Tacuara? Fodasse, não aprendeu nada com a eliminação na Champions, caralho?

Henrique disse...

Grande equipa. O Babayaro sempre foi uma dúvida, nunca percebi se era bom ou mau jogador. Era estranho :)

Xusso disse...

Classic Diggin é do melhor!
Obrigado pelas recordações!!