Fim dos Românticos do Futebol


O final da época desportiva 11/12 marcou o fim de uma geração que apaixonou o futebol mundial.
Essa geração teve um fim simbólico a 13 de Maio de 2012 em Itália.
Perante um San Siro repleto de fãs, Nesta, Inzaghi, Gattuso e Seedorf fizeram o seu último jogo com a camisola do AC Milan. O jogo teve contornos dramáticos, não tivesse sido Pipo Inzaghi a marcar o golo aos 83 minutos que deu a vitória frente ao Novara. 
Milhares de adeptos choraram o adeus dos símbolos do clube milanês.
Este adeus marca uma enorme mudança para o clube e o fim de uma geração.
Mas, para mim marca muito mais que isso...
Marca o fim da mais espetacular geração de futebolistas de sempre.
Foram estes os últimos resistentes de uma geração que durante anos embelezou o desporto mais popular do mundo.

Também em Itália outro símbolo vivo despediu-se da sua equipa. Del Piero abandonou a Juventus, clube que representava desde 1993.
O fim desta geração começou a desenhar-se em 2006, quando um dos seus melhores representantes decidiu dar por terminada a carreira. Zidane fez o seu último jogo como profissional de futebol, na final do Mundial na Alemanha frente a Itália, jogo marcado pela sua expulsão após uma agressão.

Hoje passados 6 anos desse episódio, todos os grandes jogadores nascidos nos inícios dos anos 70 já não estão em actividade, ou pelo menos andam afastados dos grandes palcos europeus (a ganharem os seus milhões para uma confortável reforma).
Para nós Portugueses, o fim dessa geração ficou marcado pelo abandono de Rui Costa na época 07/08 e de Luís Figo na época seguinte.
O ano de 2011 também teve importância no fim desta geração, com o abandono do melhor de todos os jogadores a ela pertencentes. Ronaldo admitiu que tinha perdido para o seu corpo e que iria abandonar o futebol. O seu jogo de despedida foi no Pacaembu com a camisola da selecção Brasileira.

Muitos são os que ainda jogam longe dos grandes clubes e das grandes competições. David Beckham e Henry tentam convencer os Estados Unidos a apostarem mais no Futebol, assim com Nesta no Canada.
Raul no Catar, Crespo na Índia  Seedorf no Brasil, Del Piero na Austrália, Rivaldo em Angola, Gattuso na Suíça etc.
Outros também procuraram destinos parecidos mas entretanto já abandonaram o futebol caso de Roberto Carlos na Rússia e Cannavaro nos Emirados Árabes, por exemplo.

O que fez desta geração tão especial nunca o saberei, mas já tenho saudade. Foram apelidados de “Românticos” do futebol, o que faziam em campo era como poesia, fora dele começaram a ser figuras de grande importância e influência, mudando completamente o mundo do futebol e por isso lhes agradecemos. Assistir a uma competição Europeia era o auge, o resultado sempre incerto. Era difícil escolher uma equipar pela qual torcer pois em quase todas estavam “estrelas” idolatradas. Saudade de não se falar apenas em Real Madrid e Barcelona, (apesar dos “Galácticos” terem construído nesta época a equipa de Sonho), pois as restantes continuavam a ter jogadores de renome mundial.

De realçar 4 nomes que parecem não ceder ao tempo: Paul Scholes, Giggs, Zanetti e Totti.
Os pupilos de Sir. Alex Ferguson ainda jogam com regularidade e não parecem ter prazo de validade. Zanetti também finta a idade contudo o seu contrato acaba no final desta época, veremos o que se passará. E por último Totti que só abandonará o futebol quando assim o entender, pois o seu clube nunca o forçará a sair ou a retirar-se, devido ao eterno agradecimento por este nunca lhes ter virado as costas apesar de ter conquistado apenas um campeonato Italiano em toda a carreira.
Um exemplo, num Futebol onde cada vez mais o dinheiro é quem manda. 



Este Post é um artigo de opinião (cronica) feito para a cadeira de Atelier de Rádio do Curso de Comunicação Social, decidi o colocar aqui para partilhar com vocês apaixonados pelo futebol como eu, qual para mim é a melhor geração de futebolistas de sempre.
E para vocês qual a melhor geração de sempre do futebol Mundial?



(Aqui fica o relato do ultimo golo de Inzaghi comentado por Tiziano Crudeli, e ainda a despedida dos outros jogadores)

22 comentários:

LDP disse...

Stoichkov, Koeman, Preud'homme, Zenga, Hagi, Baresi, Hugo Sanchez, Klinsman, Romário, Costacurta, David Platt, Futre, Baggio, Van Basten, Gullit, Rijkaard...

eu gostei mais desta geração.

LDP disse...

Gerets, Scifo, Schmeichel, Mozer, Sensini, Laudrup, Paul Ince, Van Breukelen, Cantona...Maradona.

Foda-se.

Vitto Vendetta disse...

Eu nunca consegui ter bem uma geração preferida. Houve míticos em várias de quem não me esqueço. O mais antigo, ou o primeiro a abandonar a carreira de que me lembro, é o Papin. Depois dele Matthaus, Klinsmann, Gascoine, Baggio, Salas, Zamorano, Zola, Viali, o próprio Maradona que ainda vi jogar. A seleção do Brasil de 94, alguns míticos do mundial de 98 como o Chilavert, o Djorkaeef ou o Rivaldo.

Foram tantos. Mas é complicado ver estes gajos acabarem a carreira, lembrando-me eu bem de os começar a ver jogar, como Totti, Del Piero, Scholes, Rui Costa, Ronaldo ou Figo.

Paulo Dias disse...

Claro cada um tem os seus favoritos. Faltam no texto grandes nomes. mas o texto tinha de ficar curto para gravar em 3 minutos xD

Casos de Shevchenko; Edgar Davids; o grande Pavel Nedved; Van Nistelrooy; Ballack; Thuram; Verón; Patrick Kluivert; Makélélé; van Bronckhorst; Robert Pires; Patrick Vieira; Sol Campbell; Henrik Larsson; Christian Vieri etc.

Héber disse...

Aos resistentes dessa geração ainda em ativo junto Buffon e Pirlo.

NPR disse...

"O que fez desta geração tão especial nunca o saberei, "

Foi uma geração de jogadores, com paixão pelo futebol, e enorme amor pelo seu clube.
Jogadores, carismáticos, com forte ligação as massas adeptas, com respeito por quem muito os admira.

Valores que se actualmente rareiam, sendo hoje apenas mais uma industria composta por gente que encara o futebol apenas como uma profissão bem paga, e nada mais...

Pedro disse...

Ainda temos o Aimar...

Excelente post e percebo tão bem o que lá vem escrito. Mas, concerteza, que outras gerações aparecerão. A questão é que crescemos a acompanhar estes nomes e por isso eles nos são tão próximos. É como a musica dos 80..crescemos com ela e quando a ouvimos sentimos sempre nostalgia.

PS: Totti é um exemplo mas, atenção, ele sempre foi um dos mais bem pagos de Itália. Assim é fácil ser "fiel".

Fura-Redes disse...

Uma grande geração esta, acho que tivemos a sorte de depois desta vir uma com Messi e Ronaldo

Tiago disse...

Ultima geração
- A equipa do Milan que jogou contra o Benfica em 1990.Para mim a melhor equipa de todos os tempos.

Depois disso o futebol só pensou em dinheiro

iorda9 disse...

Eu acho que estamos masé a ficar velhos e saudosistas.

A musica dos 80´s era uma bela porcaria na altura e agora é muito "boa".

Tenho a certeza que daqui a uma decada ou duas - haverá a mesma opinião sobre jogadores da actualidade.

Aliás o Milan já está a pensar nisso de depois de Baresi, Nesta, Costacurta ou Maldini, prepara-se para contratar outra lenda de seu nome Bruno Cesár.

Anónimo disse...

Parece que além da lenda Bruno César também querem levar o alpinista Rui Patrício, agora que ele se aproxima a passadas vigorosas do topo da europa.

BENFICAHEXACAMPEÃO disse...

1982 - Brasil!

BENFICAHEXACAMPEÃO disse...

http://www.youtube.com/watch?v=UtECoqxraJI

Unknown disse...

moléculas sócrates, falcão e zico eram geniais, mas do outro lado tinham scirea, tardelli, cabrini, rossi, zoff e não chegaram para eles, por muito que me tenha custado nessa altura.

Prometeu disse...

O Moléculas antecipou-se.

A equipa que alguma vez vi jogar melhor futebol foi a seleção do Brasil de 1982.

Sim, perdeu com a Itália, que não devia ter passado a 1.ª fase e que só o fez graças à trafulhice que fizeram com os Camarões. Sim, foi a maio desilusão que tive, só suplantada pelas duas finais da Taça dos Campeões e pelo Euro 2004.

Mas quem viu jamais esquecerá aquela equipa fabulosa, onde até o Waldir Peres, o patinho feito, merece referência.

Aquilo foi futebol-arte. Infelizmente, perdeu. E digo infelizmente porque se disse que o futebol-arte não ganhava, logo era preferível jogar feio e ganhar do que bonito e perder. Sabe-se o que aconteceu à seleção do Brasil após 1986.

A outra equipa que (mal) vi jogar foi a Holanda de 74 e 78. Tb perdeu duas finais, porque foi roubada e não teve a dita sorte do jogo do seu lado, mas jogava à bola como poucos.

DeVante disse...

Foda-se, a Espanha ganhou o mundial a jogar um futebol de merda, resultadista e sempre pela margem mínima e muita gente diz que é uma seleção de luxo! E falam mal da Itália que ganhou, e bem, na final por margens dilatadas?

Joao disse...

Paulo eu se fosse teu professor, tinhas 20!!!!

A forma como tu falas em 3min. destes deuses do football está 5* :D

Prometeu disse...

Paulo Bento estralhaçou Pinto da Costa.

O gajo tem os tomates que 99% da merda do futebol nacional desconhece.

pitons na boca disse...

Prometeu, provavelmente só conhece quem partilhou com ele os chuveiros dos balnearios. lol

DeVante, a Itália ganhou a final descansada mas o resto foi... o habitual na Itália.

O Tiago ali em cima diz que depois do Milan de 90 só se pensa em dinheiro... verdade, mas há sempre as raras excepções, como o Ajax de 94/95 e 95/96, onde nasceu uma nova geração do futebol holandês.

As minhas primeiras memórias são do Brasil de 82, o que não deixa de ser surpreendente, pois tinha 5 anos e são poucas as lembranças que tenho desses tempos. Mas tenho bem vivas breves imagens dessa selecção do Brasil.

Anónimo disse...

Concordo que a geração dos anos 90 teve fabulosos futebolistas. O meu favorito foi o fenomeno Ronladinho, o avançado mais completo que já vi jogar e o melhor ponta de lança que já vi foi o Van Basten.
Mas é impossivel esquecer o incrivel Roberto Baggio...enfim podia aqui ficar a manha toda a falar de jogadores mas escolhi estes tres porque um foi completo como avançado, outro foi o verdadeiro homem golo com tecnica de remate sublime e o Baggio pela inteligencia...acho que ainda ha um espaço para o Zidane e prontos não escollho mais nenhum...kk

LDP disse...

...Ainda assim, esse Milan de que falam foi já o primeiro exemplo do que o dinheiro pode fazer a um clube em termos de títulos.

Em 82 o Milan estava na segunda divisão e quatro anos depois Berlusconi pegou no clube, injectou muito dinheiro contratando Arrigo Sacchi e os tres holandeses e depois até 94 foi sempre a rular.

axadrezado disse...

Aquele Milan de Capello era fabuloso. Savicevic, Boban, Desailly...

Nas fases finais, marcaram-me Suécia, Bulgária, Roménia. Que futebol! Inesquecíveis.

Era diferente, sem dúvida. A máquina do dinheiro vem mudando algumas coisas.