Três ideias a partir do "caso Maxi"




1. Nunca tive apetites de violência com o futebol. Quando temos um Primeiro-Ministro que se esquece de pagar os impostos e continua no lugar como se a coisa não fosse importante, aí sim! Ou ainda um Presidente que manda o pessoal fazer ó-ó num acto bem revelador do seu paternalismo salazarista adquirido, certamente, nos seus tempos de informador da PIDE, também. Agora o futebol?! Senti uma coisa parecida quando o Paulo Sousa saiu e algo aconteceu quando soube da saída do Bernardo Silva. Sobre o resto dos jogadores, caso alguns saiam, podem-me afectar, uns mais outros menos, mas era o que faltava ficar chateado. Cada um é dono da sua vida e responde por ela.

2. Contudo (e é aqui que eu quero chegar), anda muita excitação no ar. Se, normalmente, temos de ter cuidado com as noticias que vêm nos jornais, ainda mais cuidado temos de ter agora. Os jornalistas estão a viver um período de ouro para eles! Com o "acontecimento Jorge Jesus" instalou-se uma certa indefinição em relação à próxima época e não existe nada mais agradável para o jornalismo desportivo em geral que os períodos de indefinição : podem levantar todas as questões, mesmo as mais improváveis, podem fazer uma montanha de um grão de areia, sentem-se mais livres para inventar (a indefinição permite toda a criatividade). Resumindo, têm tudo para vender jornais.
 
3. Por isso, pessoal, ganhem distância! Sobretudo porque isto vai ser assim até ao começo da época 15/16. Agora, o curioso e que ainda não vi ninguém mencionar, é que toda esta histeria mediática tem e vai continuar a ter dois alvos, apenas dois alvos : o Benfica e o Sporting. Tudo vai girar à volta destes dois clubes, tudo vai ser feito para que a indefinição dure o mais tempo possivel, pois quanto mais tempo durar, mais delírios mediáticos vamos ter. Para outras bandas, tudo calmo... nem parece que acabaram de viver uma época catastrófica precisamente no ano em que fizeram o maior investimento que o futebol português conheceu... quando toca a essas bandas, a imaginação dos jornalistas desaparece.

4 comentários:

Jaime disse...

Será sempre assim. Um sporting "vivo" será sempre mais "vendável" que o fcp. E o Benfica, como maior deles todos, será sempre o principal sustento das finanças dos media desportivos. Não sei se o Porto fica a ganhar ou a perder, mas transmite perda de influência e isso é sempre positivo.

Cumps

Benfiquista Primário disse...

Se calhar, nas outras bandas, está-se a trabalhar em silêncio, preparando novo ciclo frutista...

Embora me pareça que o silêncio não é absoluto: concerteza ainda se riem com a saída do Jesus do Benfica. Sabem perfeitamente que assim facilmente volta tudo ao 'normal'...

Leão no Porto disse...

Concordo com o texto.
Já a frase "..no ano em que fizeram o maior investimento que o futebol português conheceu..." é que me parece bem exagero.

Assim de cabeça acho que tanto o Porto como o Benfica já investiam bem mais em alguns anos.

Rui C disse...

É relativamente óbvio que não se fala (tanto) em notícias relativas ao FCPorto, porque simplesmente não vende (tanto) como notícias dos rivais. Sempre foi assim. O circo é sempre em Lisboa, nunca é no Porto.