Li algumas generalidades no blog
Ontem Vi-te no Estádio da Luz (mantém os teus amigos por perto e os teus
inimigos ainda mais perto) e
constato que nem dos mais
lúcidos benfiquistas que leio por essa net fora
consegue escapar ao maldito vício de querer tornar uma ideia feita como uma
verdade absoluta. A generalidade dos adeptos do Sporting não julgam que este
derby que se aproxima salvará a época nem nada que se pareça. Ao contrário do
que o próprio diz, nós não nos revemos no que Rui Oliveira e Costa diz
semanalmente na televisão e na
rádio. Muito pelo
contrário.
Para a maioria de nós, esta época já está perdida, mesmo que
ganhemos ao Benfica na próxima segunda.
Eu nem vou discutir a importância desportiva, histórica e social de um
derby entre Benfica e Sporting. Tal como nunca o discuti quando o Benfica era
treinado por Jupp Heynckes e tinha jogadores no seu plantel como Bossio, Thomas
e Toy.
Dia de Benfica-Sporting ou Sporting-Benfica é um dia especial.
E por muito que escrevam em blogs ou digam o contrário em programas de televisão,
sabem bem que estão a mentir.
A força do Benfica impõe-se, não naturalmente, como a sua
grandeza suporia acontecer, mas pela
força: a força dos números (sócios,
audiências, etc), a força nos
media, nas escolas (
atirei o pau ao gato), e ai de quem
se atreva a beliscar essa
grandeza. Pois, “grandeza”, porque a “
grandiosidade”
que o Benfica granjeou nos anos 60, foi conquistada de uma forma gradual e
natural, à custa
de resultados, desportivos e não só, sem a força dos media de então, e era de
facto, uma
grandiosidade genuína, não uma qualquer “grandeza”
artificial e imposta à
força.
Quando o Ricardo fala que há um sentimento qualquer que
invade os sportinguistas em relação ao benfiquistas, isso é verdade – não o
nego – mas inveja?? Ódio? Quanto muito, a maioria de vocês – benfiquistas, não o clube em si
– irritam. São irritantes. E arrogantes. E, sobretudo, são muito hipócritas.
Vocês são o bully da escola. Lembro-me muito bem de ter lido uma explicação que uma sportinguista deu para se ter tornado adepta do Sporting.
Lembrava ela que, quando andava na escola, os muitos benfiquistas da turma
costumavam rodear os poucos sportinguistas e gozá-los quando o Sporting perdia
ou o Benfica ganhava. Mas do que ela não se esqueceu mesmo foi dos momentos em
que quando o Sporting ganhava ou Benfica perdia, os benfiquistas não admitiam
ser gozados pelos sportinguistas.
“Se gozas, bato-te ou, pior, ignoro-te”. É isto o
benfiquista. Um ser com complexo de superioridade e que vive num estado de alienação
que assusta.
É que, com esta mentalidade instalada por aqueles lados, de “ouve
o que eu
digo, não olhes para o que eu
faço”, os benfiquistas vão, alegres e
contentes, quais papoilas, engolindo taças da Liga, enquanto ligam as torneiras
e apagam as
luzes no seu estádio, jogam um Estoril-Benfica no estádio do
Algarve, escolhem árbitros para apitar a final da
Taça, vão dando
peitadas em
árbitros, acusam clubes de não serem
sérios e permitem
assassinos e
agressores de árbitros continuarem
a entrar no seu estádio. Pois, não são apenas os
sportinguistas que não vos
gramam: são também os adeptos do
Celtic, do
Barcelona, do
Porto, do
Fortuna Düsseldorf,
do
Cáceres...
Para terminar, em relação ao derby de segunda e o seu (não)
adiamento. É uma verdade incontestável que:
- As regras não permitiam o adiamento;
- Que esta direção do Sporting é incompetente;
- E que a maioria dos sportinguistas não se revê nesta direção
nem neste Sporting (os 8 mil presentes ontem no jogo demonstram isso)
Porém, a verdade absoluta e irrefutável e que contraria tudo
o que foi escrito pelo Ricardo, é que o Benfica perdeu uma oportunidade única de
colocar em prática aquilo que apregoa mas nunca concretiza. Se o Benfica fosse
o tal clube magnânimo e superior que tanto diz ser, teria concordado com o
adiamento, mesmo sem ter sido contactado directamente pelo Sporting.
“Estão
cansadinhos? Ah, querem adiar o joguinho por mais 24 horas? Ora, não há problema
algum, nós adiamos, com certeza, seus pobres coitados. Afinal, somos o clube mais magnânimo de Portugal.”
Mas a verdade é que
não o são. A realidade, dia após dia, vem demonstrando-o. E a mesquinhez dos vossos actos vai calando as vossas próprias palavras.